O fim
do patrocínio dos Correios ao esporte sugere várias análises. Entre elas a de
que o atual governo não está nem aí para o esporte. Mas os cortes para o
esporte viriam independentemente de que estivesse na presidência da República.
Com um déficit de R$ 170 bilhões, o arrocho é inevitável, inclusive em áreas
prioritárias, como saúde, educação etc. O que dizer do esporte, já sem as
exigências dos compromissos olímpicos...
Nos
últimos 13 anos o governo que saiu injetou bilhões de reais no alto rendimento,
nos últimos 13 anos. Mais de uma década com grana saindo pelo ladrão, e sem
fiscalização rigorosa, permitido a formação de uma quadrilha que já foi
descoberta. O próprio TCU alertou que a estrutura do Ministério do Esporte era
propícia para a corrupção.
E não
houve um só cartola, um só ministro do Esporte – e foram cinco!!! – capaz de
elaborar uma proposta para o momento de dificuldade, buscando recursos fora dos
cofres públicos. Nesta última década a iniciativa privada ficou ao largo,
participando escassamente da Lei de Incentivo ao Esporte, e só. Agora...
O
momento é propício para uma faxina nos contratos e saber quem roubou, quem
enriqueceu com o dinheiro público. O trabalho será facilitado, pois há muito
atleta que, enfim, está abrindo o bico.
Em
segundo lugar, é preciso repensar o atual modelo a partir da pergunta básica:
“Compete ao Estado investir no alto rendimento”? Ou deve se preocupar apenas
com o desporto escolar.
E o
esporte na escola? Sim ou não? E as federações devem continuar sendo esta peça
de ficção na estrutura?
Mas,
quem é o líder nacional do esporte para conduzir este inadiável debate?
Temos isso?
Temos isso?
Por José
Cruz O esporte fora das quatro linhas
José
Cruz cobre, em Brasília, as áreas de política, economia e legislação do
esporte. Participou da cobertura de eventos esportivos internacionais nos últimos
20 anos.
Publicado por Francismar Siviero
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